ABOUT
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Chancellor Florida State Poets Association
Florida Poet Laureate Volusia County
Winner of 2011 American Poet Prize
Selected Poems of
Maria Teresa Horta
Translated by:
M.B. McLatchey and Edite Cunhã
Forthcoming in Inventory, 2020
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FROM LIBERTY TO LIBERTY
Beauty by beauty
poetry is made, stone by stone of light, image after image,
in search of a rebellious language, to crush the loneliness and surrender.
Barb, thorn, and wood, but also jubilation and rejoicing. Nothing
impossible to our imagination, in poems restless and brilliant
where the panther runs
along verses and dreams.
Disobedience by disobedience
poetry is made. Wing and winged flight, until it becomes a rose
of greater scintillation, to name creativity, the foundation of
writing, in search of suicide comets and constellations in the
work of the poem.
Sirius and Cassiopeia. Oh, our language constructed with the
rigors of unique words,
uprising and insurrection.
Enchantment by enchantment
poetry is made. Navigation of verses to bring down frontiers
rejecting blind obedience, and prohibitions, at times of
darkenings and deceptions.
To refuse principles of imposed acceptance and ruins, from which
the dictators watch us, the wolves of cruelty, the censors and the
concealed inquisitors,
of the Apocalypse.
Rebellion by rebellion
poetry is made. Fighting darkness and dagger of
insidiousness, tricks, handcuffs. With song, with odes and
hymns of rebellious verse, armed with our poet’s
words, sunset and sunrise.
Fiery flight and contempt.
Body by body
poetry is made, in its unfathomable work of syllables and
images, metaphors and rhymes, tumultuous and untiring heart,
to fight the dark voices at the head of the bed. Grain and
grape of clarity to save us, because poetry redeems but does
not appease.
Because poetry saves, but does not tranquilize.
Dream by dream
poetry is made, from utopia to utopia, equality to
equality, by laying the poem on the table, on the bedsheet, on the knee,
on the stubborn skin of the wrist. Our biggest weapon
of liberty by and large.
DE LIBERDADE EM LIBERDADE
Beleza a beleza
constrói-se a poesia, pedra a pedra de luz, imagem a imagem,
na busca da linguagem indócil, a quebrar a solidão e a entrega.
Farpa, espinho e lenho, mas também júbilo e regozijo. Nada é
impossível ao nosso imaginário, em poemas inquietos e fulgentes
por onde a pantera corre
ao longo de versos e sonhos.
Desobediência a desobediência
constrói-se a poesia. Asa e voo voado, até se tornar rosa de
cintilação maior, a nomearmos a criatividade, a fundação das
escritas, em busca dos cometas suicidas e das constelações, no
labor do poema.
Sirius e Cassiopeia. Oh, a nossa língua construída com os
rigores das palavras únicas,
sublevadas e insurrectas.
Deslumbramento a deslumbramento
constrói-se a poesia. Navegação de versos a derrubar frontei-
ras, negando-se às obediências cegas e às interdições, aos tempos
de assombramentos e obscurantismos.
A recusar princípios de aceite imposto e ruínas, de onde nos
espreitam os ditadores, os lobos da crueldade, os censores e os
inquisidores embuçados,
do Apocalipse.
Insubmissão a insubmissão
constrói-se a poesia. A combater a escuridade e o punhal da
insídia, as mordaças, as algemas. Com o canto, com as odes e
os hinos de versos revoltosos, armados com as nossas palavras
de poeta, poente e alva.
Voo ardente e desacato.
Corpo a corpo
constrói-se a poesia, no seu insondável trabalho de sílabas e
imagens, metáforas e rimas, coração tumultuado e incansável,
a combater as vozes obscuras, à cabeceira da lonjura. Grão e
bago de claridade de nos salvar, porque a poesia redime mas
não apazigua.
Porque a poesia salva, mas não aquieta.
Sonho a sonho
constrói-se a poesia, de utopia em utopia, de igualdade em
igualdade, a deitar-se o poema na mesa, no lençol, no joelho,
na pele ensimesmada do pulso. Nossa arma maior
de liberdade em liberdade.
Poem celebrating World Poetry Day 2013,
done by the Directorate of the SPA.
and set out on 21 March of that year in the
Belém Cultural Center
by initiative of the then president.
Vasco Graça Moura.
Copyright © 2019 M. B. McLatchey &
Edite Cunha, with permission. All rights reserved.
Forthcoming in Inventory, Princeton University, 2020
Poema comemorativo do Dia Mundial da Poesia de 2013,
feito a coiwitc da Direcção da SPA.
e exposto em 21 de Março desse ano no
Centro Cultural de Belém
por iniciativa do então presidente.
Vasco Graça Moura
Copyright © 2017 Maria Teresa Horta,
from her collection Poesis.
Dom Quixote Publisher, Lisbon.